Quando exponho meu trabalho em feiras de casamento, recebo muitos questionamentos de noivos e até mesmo de pessoas do ramo querendo saber o que exatamente eu faço.
Trata-se de um trabalho relativamente novo. Quando se fala de celebrante de casamento, a maioria das pessoas pensa em um religioso (padre, pastor, etc) porque historicamente de fato era dessa forma, mas as coisas estão mudando.
Por conta de tudo isso, decidi fazer esse post para explicar um pouco sobre o trabalho de celebrante de casamento, suas nuances e formas.
O trabalho de celebrante (que muitos chamam de cerimonialista, como disse no primeiro post desse Blog) é realizar a cerimônia de casamento.
A diferença para um pastor ou padre é que o foco do celebrante não é falar sobre religião no casamento, embora exista agradecimento a Deus (se o casal quiser, claro) e em outros casos os noivos pedem um foco maior na parte religiosa que eles creem.
Mas por que contratar um celebrante? Nos últimos anos, nosso país passou por uma descentralização da religião católica, que era predominante nas famílias.
Com isso, tivemos o crescimento de outras religiões, principalmente as evangélicas e pessoas que se declaram sem religião.
De acordo com dados do IBGE (gráfico acima), em 1870, 100% dos brasileiros eram católicos. Em 1940, o catolicismo era a religião de 95% dos brasileiros. No último censo de 2010, esse número caiu para 65%, uma queda impressionante.
A igreja evangélica representava cerca de 2% em 1940. Em 2010 passou a representar 22% e a tendência é que em 30 anos empate com a católica.
Tudo isso está acontecendo por conta daquilo que já sabemos. As igrejas (principalmente a católica) se distanciaram demais da realidade mundial.
Com isso, as pessoas não veem sentido e segui-las a risca. Isso não significa que perderam a sua crença em Deus,mas que deixaram de seguir as ideias retrógradas que as religiões pregam.
Acontece que no momento de se apaixonar, as pessoas não levam em consideração a religião e, por isso, temos diversos casais em que o noivo é católico e a noiva evangélica ou vice-versa.
O fato de o casal ser de religião distinta causa um certo desconforto entre as famílias mais tradicionais e acaba tornando um problema para os casais. Afinal, vai fazer o casamento com um padre ou pastor? Na igreja católica ou evangélica?
O católico não se sentirá confortável em ir a uma igreja evangélica e o mesmo acontece com o evangélico, que não se sentirá bem se a cerimônia acontecer em uma igreja católica.
É nesse momento que o casal decide se casar no próprio local da festa, seja no Buffet, chácara ou restaurante e contratar um celebrante de casamentos (neutro religiosamente falando) para realizar a cerimônia sem pender para nenhum lado religioso.
Como a cerimônia realizada por um celebrante é muito bacana (claro que existem as infelizes exceções), acabamos fazendo celebrações até mesmo de pessoas da mesma religião, mas que não querem fazer na igreja (seja ela católica ou evangélica) porque não veem sentido e acham aquilo muito chato e nada personalizado.
Outro ponto que faz os casais procurarem um celebrante para fazer o seu casamento é o fato de que os padres da Igreja Católica Apostólica Romana são proibidos de fazerem casamentos de divorciados e de fazer a celebração fora na igreja.
Com o aumento exponencial do mercado de celebrantes de casamentos, a criatividade veio junto e hoje encontramos celebrantes de todas as formas, por isso é difícil de falar de todos. Fiz um post que entra mais nesse detalhe e vale a penas conferir.
No geral, a cerimônia de casamento realizada pelos celebrantes de casamento são personalizadas, exclusivas e intimistas.
A parte religiosa é sempre combinada com o casal sobre como será feito. Via de regra, os celebrante fazem menções de Deus, mas sem viés religioso.
Há também os casais ateus e nesse caso o celebrante não deve fazer nenhuma menção de Deus, pois estaria indo contra a escolha e desejo do casal.
Sempre digo que a escolha do casal é soberana em tudo. O casamento é deles e o celebrante é somente mais um fornecedor que deve seguir as ordens dos casais e sempre respeitar as suas escolhas e particularidades.
O amor e a história do casal é sempre o foco da cerimônia feita por um celebrante. São cerimônias que transbordam amor e criatividade.
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